quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Alimentação

Não devemos passar mais de três horas sem a ingestão de alimentos. Por isso existe a necessidade dos lanchinhos entre as principais refeições. Se por um lado se evita que o estômago permaneça vazio e suscetível aos ácidos lançados devido ao estresse do dia-a-dia, por outro contribui-se para que a máquina humana tenha sempre combustível suficiente para o seu funcionamento.

Longos períodos sem alimento fazem com que os menininhos que trabalham no sistema digestivo responsáveis pelo processo da digestão fiquem inquietos.

Depois de três horas sem alimento eles telefonam para o cérebro e avisam que tá na hora de fazer o sujeito sentir fome pra que abasteça a maquininha. Mas se por algum motivo a pessoa não ingere alimento essa sensação passa, até que os menininhos telefonam novamente e avisam o cérebro que ainda não chegou o carregamento. O cérebro novamente se incumbe de dar o aviso, mas por algum motivo - talvez aquela reunião que se estendeu por mais de quatro horas ou porque quer emagrecer - a pessoa não se alimenta. Agora o cérebro, já muito preocupado porque começam a faltar nutriente a tantas reações químicas que acontecem naquele momento, é quem telefona ao estômago: "E aí, chegou alguma coisa?". E os menininhos que atendem ao telefone já de maneira malcriada, dando pontapés e botinadas nas paredes do estômago, soltando palavrões, respondem: "A coisa aqui tá complicada e nada do carregamento chegar...".

Depois de cinco horas acaba a reunião e a pessoa corre para o almoço. Primeiro problema: com tanta fome, vai ingerir muito mais do que realmente necessita. Segundo problema: quando o carregamento chega ao estômago, os menininhos estão tão desesperados que pulam em cima do caminhão detonando não apenas o alimento que ele traz na caçamba - acabam com os pneus, atacam o couro dos bancos. Dependendo da fome que passaram, comem até a lona do caminhão... O organismo não sabe se passará por tantas outras horas de privação; então aproveita muito mais do que o necessário dessa refeição. É que o cérebro é burro e pode pensar que você está doente ou está no deserto, ou ainda que é um náufrago no oceano; por isso entra em estado de alerta, armazenando tudo o que não for utilizado nesse momento. Portanto, para se ter saúde e para quem necessita emagrecer: é necessário se alimentar muito para que se possa se alimentar pouco - para utilizar somente o necessário do que se ingeriu. Alimentar-se muito significa ingerir alimentos várias vezes ao dia. Alimentar-se pouco significa ingerir pequenas quantidades em cada refeição.

Por outro lado, existem pessoas que quando acordam tomam somente um cafezinho e saem para o trabalho sem nenhuma fome. Param para almoçar às 2 da tarde e são categóricas em afirmar: "Realmente não sinto fome pela manhã".

Casos como esse tem sempre uma mesma explicação: normalmente, são pessoas que jantam tarde e ingerem alimentos de difícil digestão, como carnes, por exemplo. Claro que essas pessoas não poderão sentir fome durante a manhã.

Ainda estarão digerindo o jantar da noite anterior... (COBRA 2003)

COBRA, Nuno; A SEMENTE DA VITÓRIA, Editora Senac São Paulo, 2003 pág. 116-117.

Nenhum comentário: